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Reportagem: Moita Metal Fest @ Sociedade Filarmónica Estrela Moitense - 25 / 26 de Março de 2011

Nos dias 25 e 26 de Março decorreu a 8ª edição do Moita Metal Fest, na Sociedade Filarmónica Estrela Moitense como de costume. Este é um festival organizado pelos Switchtense com o apoio da Câmara Municipal da Moita, o qual temos o prazer de fazer a reportagem pelo segundo ano consecutivo e podemos afirmar que o mesmo está em franco crescimento, sendo considerado já uma referência em termos de eventos nacionais de Metal. O espaço é amplo e agradável, o som é bom, as bandas que passam pelo palco do festival são algumas das melhores a nível nacional nos mais variados sub-géneros e pelo segundo ano consecutivo o cartaz contou com bandas internacionais, no ano passado Dew-Scented e este ano Angelus Apatrida e Contadiction.


Primeiro Dia - 25 de Março 2011

Coube aos Machinergy a importante mas ingrata tarefa de abrir o Moita Metal Fest, ainda estava pouca gente como era natural e a banda de thrash metal industrial de Arruda dos Vinhos teve uma actuação cheia de garra e atitude, destacando-se a explosiva "Incendiário" cantada integralmente em português, "Innergy" e "Paraphernália".


Os Mourning Lenore, autores do óptimo "Loosely Bounded Infinities", tocaram três temas, dois do álbum e um do split, destacando-se os do longa duração de estreia. Em 30 minutos não deu para tocarem mais porque as músicas de doom/death metal arrastado e atmosférico do grupo são longas. Bom concerto.

Os alentejanos Seven Stitches deram um espectáculo cheio de energia como é habitual nos seus concertos, e foram eles a desencadear as primeiras movimentações na frente. Concerto com vários pontos altos, levando o público à loucura quando tocaram o tema "Infected Blood" dos Switchtense até ao refrão. Uma boa surpresa e homenagem merecida aos organizadores do Moita Metal Fest que são grandes amigos da banda de Grândola.


Em seguida os Ava Inferi entraram em palco e rubricaram uma das melhores actuações do dia e mesmo do festival com um concerto a roçar a perfeição. Ouvir a extraordinária voz de Carmen Simões é um espectáculo dentro do próprio espectáculo, ela que está rodeada de grandes músicos que mostraram estar em excelente forma. Foi um concerto extremamente envolvente e em que a banda além da grande performance beneficiou do melhor som da noite.


Quem fechou a primeria noite foram os thrashers espanhóis Angelus Apatrida que levaram ao rubro os presentes, naquele que provavelmente foi o melhor concerto da banda no nosso país, eles próprios o disseram. Foi um desfilar de grandes malhas que se assistiu, tocadas por uma banda que demonstra uma grande atitude e rodagem. Um dos grandes concertos do festival, ao qual os presentes aderiram em massa tendo mesmo pedido no final mais uma. Os espanhóis fizeram a vontade e tocaram "Domination" original dos Pantera, a encerrar em grande a primeira noite.


Segundo Dia - 26 de Março 2011


A banda de Soure Dark Oath não pôde abrir o segundo dia do festival devido aos seus membros terem chegado atrasados, sendo assim a banda a abrir o dia 26 foram os Adamantine. Forte concerto da banda, o melhor que já tivemos oportunidade de assistir da banda de thrash lisboeta e nota-se que estão a evoluir a olhos vistos. Com uma setlist baseada no EP "Downfall of Adamastor", o grupo ainda teve tempo para tocar a óptima "Thrash and Devastate" que fará parte do álbum de estreia que está a ser composto.


Os Grankapo foram a primeira banda de hardcore a pisar o palco de uma edição do Moita Metal Fest, demonstrando assim que este festival é cada vez mais ecléctico e feito para diferentes públicos, o que é salutar. Bom concerto desta banda praticante de um hardcore musculado, em que os Grankapo mostraram a sua satisfação por estarem presentes.


Em seguida actuaram os Head:Stoned, trazendo na bagagem os óptimos temas do seu álbum de estreia "I Am All", que foram muito bem interpretados. Ainda houve tempo para um tema do EPWithin the Dark" intitulado "This Void". Muito bom concerto da banda portuense e uma palavra para Vitor Franco que não é apenas um vocalista mas assume-se como um verdadeiro cantor.

Os Painted Black tocaram na Moita três dos melhores temas do seu aclamado álbum de estreia: "Via Dolorosa", "The End of Tides" e "Inevitability". Grande concerto que só peca por curto, um dos mais intensos do festival. De salientar que a banda tocou com um baterista convidado (Ricardo de Bless The Oggs) , devido a Rui Matos se ter lesionado no pé, o que não se notou na actuação do colectivo.


Os bracarenses Decrepidemic vieram à margem sul descarregar o seu brutal death metal com um resultado francamente positivo, dando um espectáculo tecnicamente irrepreensível, conseguindo arrancar muito movimento lá à frente. Boa actuação.


Em Painted Black falei em álbum aclamado. O não menos aclamado "Tao" dos Crushing Sun serviu de pano de fundo para mais um excelente concerto neste festival, com os temas de um dos melhores álbuns do ano passado a serem muito bem executados. Os Crushing Sun são uma das bandas mais originais do metal nacional e demonstraram isso mesmo na Moita.


Os thrashers veteranos Web vieram à Moita dar um dos melhores concertos deste festival. A setlist foi baseada nos grandes temas do seu novo álbum "Deviance" e que resultaram em pleno ao vivo. Mostraram uma energia e vitalidade impressionantes para uma banda que comemora este ano 25 anos de carreira.


A banda de hardcore For the Glory deu um óptimo concerto e além de trazer o público apreciador da sua sonoridade, agradou de sobremaneira muitos metalheads presentes. O seu vocalista não conseguiu disfarçar a sua satisfação por estar a quebrar barreiras ao tocar num festival de metal, o que segundo este à uns anos não era possível.


Outro dos concertos mais fortes do festival ficou a cargo dos germânicos Contradiction com uma poderosa descarga de thrash metal que agradou bastante muitos presentes no segundo dia deste evento.

A fechar estiveram os portuenses Holocausto Canibal com uma actuação devastadora. A conceituada banda de death/grind nacional tem uma sonoridade que resulta bem ao vivo e levaram à loucura muitos dos presentes. Excelente escolha para fechar o Moita Metal Fest.

Foram dois grandes dias de concertos, com excelentes actuações, um cartaz diversificado e apelativo, muito público e bom ambiente. Uma palavra de apreço para os Switchtense que organizam este evento ano após ano e o tornam cada vez mais num festival de referência.



Texto por Mário Rodrigues
Fotografia por Diana Fernandes

Agradecimentos: Organização


(nota: As restantes galerias serão colocadas em breve, na respectiva localização)