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Entrevista aos Adamantine


Os Adamantine são um valor emergente do Thrash Metal old school nacional, tendo lançado este ano o EP "Downfall Of Adamastor" que apresenta a banda da melhor forma. Entrevistámos o vocalista/guitarrista André Bettencourt, que é o fundador do grupo e que nos deu a conhecer melhor a banda e as motivações e objectivos da mesma.

M.I. - Olá André. Podes falar um pouco dos Adamantine para dares a conhecer um pouco de vós aos leitores da Metal Imperium?

Saudações! Adamantine é uma banda de Thrash Metal old school, de lisboa, formada em 2007. Poderá dizer-se que nos inserimos na nova vaga de Thrash metal, mas a banda pratica um thrash com estilo próprio e com grandes ligações ao seu país. Apesar dos quase três anos de banda, apenas agora lançamos em Março de 2010 o nosso primeiro registo intitulado "Downfall of Adamastor".


M.I. - Desde que formaram a banda que quiseram fazer este Thrash Metal de veia old school ou isso depois surgiu naturalmente na vossa sonoridade?

Desde o início, quando tomei a iniciativa de formar a banda, sempre foi esse o meu Objectivo e consequentemente todos os musicos que se juntaram a mim, partilhavam os mesmos gosto musicais que eu. Todos nós tinhamos um background muito ligado á sonoridade do Thrash bay area e Heavy dos anos 80. Essa ligação e avontade, ajudou muito na criação dos primeiros temas e na coesão em estúdio. Tentamos no entanto manter sempre um equilibrio entre as influências old school e new school. O nosso objectivo nao é copiar bandas old school, mas sim, criar dentro das mesmas estruturas e bases, novos temas frescos e novos, riffs originais, com o mesmo espirito e honestidade desses clássicos.


M.I. - Conta-nos o porquê de os Adamantine usarem letras de conotação Lusitana e como surgiu essa ideia?

Bom, a ideia partiu de mim essencialmente. Primeiro porque temos muita história de valor e porque defendo o meu país e a sua cultura ao máximo, logo podendo fazer música e transmitir a minha cultura para outros povos a partir da mesma, é para mim algo positivo. Sempre quis encorporar tanto sonoramente como visualmente, elementos da historia e literatura Portuguesa. Muitas bandas escrevem sobre mitologia Grega ou Romana, Viking e Nórdica ou Tales e literatura nacional e eu pensei, então porque não pegar na nossa história e cultura e mostrá-la ao mundo? E o primeiro resultado foi este EP, que acabou por ter dois temas bastante conceptuais.


M.I. - O tema título do EP tem uma parte cantada em Português. O uso da nossa língua nas vossas músicas é para continuar?

Sem dúvida. O uso do Português, no verso final da "Downfall Of Adamastor" faz todo o sentido, foi logo uma das primeiras ideias que surgiu ao compor este tema, na altura sugeri a ideia de terminar com um verso na nossa língua materna, encarnando a voz do gigante adamastor e todos concordaram. Achei que isso ficaria bastante "evil" e épico (risos).
Mas como disse, penso que será para continuar, nao só com o uso da língua, mas tambem com outro tipo de referências visuais e sonoras que estarão cada vez mais presentes.


M.I. - Algo que salta à vista no EP é o trabalho de guitarra de bom nível. Tu e o Luís Abreu são auto-didactas?

Sim, ambos somos auto-didactas. Eu aprendi guitarra sozinho, tirando riffs das minhas bandas favoritas, de ouvido e com o passar dos anos, lá me decidi a estudar a teoria por conta própria (risos). O Luis seguiu as mesmas bases que eu, tocando sozinho e com amigos. Consideramos que ainda estamos em fase de aprendizagem e há muito para evoluir, portanto a maior parte das vezes trocamos riffs, ideias e aprendemos coisas um com o outro. Embora por mais importante que seja a tecnica, seja nos solos ou riffs, o ponto crucial para mim reside no feeling. Esse é o caminho, que acredito ser o mais correcto para compor e conseguir algo original e honesto.


M.I. - Qual o feedback que a banda tem tido em relação a "Downfall Of Adamastor?

O feedback tem sido bastante positivo, os objectivos com este Ep foram sempre maioritariamente promocionais, a edição foi independente e saiu do bolso de cada um. Nunca sequer pusemos a hipótese de mandar este Ep para alguma editora ou conseguir algum contrato, faremos isso com o proximo registo. Os objectivos que tinhamos com este registo era torna-lo material e existente fisicamente. A maior parte dos nossos ouvintes e seguidores ja conheciam todas as faixas dos concertos ou de demos e o que queriamos fazer era dar a oportunidade a todos eles, de ouvirem a nossa musica com qualidade, alguma produção e um visual adequado. Cumprimos esse objectivo e o feedback foi óptimo, conseguimos a atenção de muitas pessoas novas e mostrámos que existe uma banda em Portugal que pratica este tipo de sonoridade, para todos os amantes de thrash old school. No fim resume-se a um "make a stand", ou seja, nós estamos aqui e existimos também. (risos)


M.I. - Como estão a correr os concertos de apresentação do EP?

Bastante bem, na minha opinião demos os melhores concertos "so far", nesta mini tour de promoção ao Ep. Nunca senti a banda tão coesa e motivada em palco. Metade dos concertos foram dados com o nosso ex-baterista Fred, no entanto ele saiu por volta de Maio por razões pessoais, mas a sua saída foi amigável e em nada modificou o espirito da banda. O grupo conta agora com o nosso amigo Emidio Ramos (ex-lostland/Arentius) que estará a fazer os concertos connosco e tem sido excelente tocar com ele. Cada um se diverte, fazendo aquilo que mais gosta que é tocar e todos juntos damos o máximo de nós a quem nos vê. Têm sido bons concertos, de bom convívio, com novas pessoas, novos fans e com outras bandas onde descobrimos novos amigos e isso para nós é bastante importante, criar laços e trocar ideias com quem tocamos e com quem nos ouve.


M.I. - Os Adamantine estão a actuar tantas vezes como gostarías ou esperavas actuar mais para promover o vosso lançamento?

Sinceramente, gostava de actuar mais. Nao é que eu seja "greedy" (risos). A verdade é que qualquer banda quando lança um novo trabalho, quer promovê-lo ao máximo. A nossa banda vive muito da actuação ao vivo, essa é a maneira mais eficaz de divulgarmos a nossa música, sendo o estilo que é. No entanto, nem sempre temos todas as oportunidades e condições para o fazer. Grande parte dos concertos são organizados por conta própria, principalemtne para conseguir chegar a sitios onde nunca tocámos como o Porto. No entanto é complicado, hoje em dia, existem muitos concertos ao mesmo tempo, por vezes no mesmo dia até, com bandas grandes já no panorama nacional o que torna a concorrência desleal, para uma banda mais pequena ou que nao seja tao conhecida na cena metálica nacional. Ficamos assim um pouco dependentes da sorte quando organizamos ou de possíveis convites para abrir para essas mesmas bandas de maior porte. Por outro lado é bom este desenvolvimento cultural em Portugal. Existem mais eventos e mais actividade e isso deve ser visto como algo positivo.


M.I. - Vocês costumam tocar temas de bandas clássicas nos vossos concertos. É de certo modo uma forma de homenagear as bandas que vos influenciaram?

Sim, sem dúvida. Sempre o fizemos, desde o início, com o intuito de homenagear e dar a quem nos ouve uma oportunidade de ouvir um bom clássico ao vivo. Esses clássicos serviram-nos como fonte de inspiraçao e base para o nosso trabalho, tal como a maioria das bandas faz nesta New Wave of Thrash Metal. Já tocámos, Metallica, Iron Maiden, Testament, Slayer, Sepultura entre outros e certamente tocaremos muitos mais como Exodus, Overkill, Kreator and so on.


M.I. - Podemos esperar um novo lançamento dos Adamantine para breve ou ainda não pensam nisso?

Sim, não sabemos para quando, mas no que depender de nós será o mais breve possível. Até ao final do ano contamos realizar mais alguns concertos de promoção, mas nos entretantos estaremos a trabalhar ja na pré produção do primeiro album. A actividade e os shows ao vivo sao muito motivantes para a nossa fase de composição. Portanto em 2011 deveremos entrar em estúdio para gravar o próximo trabalho.


M.I. - Estamos muito bem servidos de bandas no nosso País. O que pensas que deverá mudar para os Portugueses ouvirem mais Metal Nacional?

Talvez mais divulgação e exposição dentro e fora da comunidade metaleira. Apesar de toda o crescimento da Industria ligada ao metal, a maioria dos portugueses desconhece o nível do que por cá se faz e chegam a ser preconceituosos com o produto nacional, preferindo ouvir muitas vezes bandas internacionais com o mesmo nível de qualidade. Não censuro as pessoas, mas hoje em dia acredito que temos um produto artístico bem mais superior do que á poucos anos atrás. Além disso, comparando com outros países como os EUA, somos uma comunidade pequena e por isso mesmo, deveria haver mais entreajuda e divulgação, tanto entre fans, como entre as bandas. A única maneira de novos e principalmente jovens ouvintes ultrapassarem a barreira das bandas mais comerciais e conhecerem grandes bandas como Pitch black, Switchtense ou W.A.K.O. entre outras, é através da exposição. Esperar pelos média no nosso país infelizmente nao me parece que vá resultar, o que me leva a concluir que cabe a nós fazer essa divulgação. Portugal mudou, A indústria cresceu e produz-se boa música e de qualidade, mas é preciso mostrar isso aos Portugueses.


M.I. - Em que grandes festivais nacionais os Adamantine gostariam de actuar?

Estamos cada vez mais bem servidos de festivais e de eventos por cá. Para nós seria uma honra pisar palcos em festivais como Metal GDL, Vagos Open Air, Festival Ilha do Ermal, Caos Emergente ou o meu favorito Barroselas Metal Fest. Todos eles sao festivais de nível e com grandes bandas nacionais e internacionais.


M.I. - Para finalizar esta entrevista, conta-nos quais são os objectivos da banda para o futuro.

Vamos continuar por cá, a tocar muito ao vivo, a lutar o máximo para crescer como banda e vencer novas barreiras. Vamos começar a trabalhar no primeiro álbum, onde apostaremos em algumas surpresas e daremos tudo por tudo para nos ultrapassarmos num album superior ao trabalho que fizemos anteriormente.

Quero agradecer à Metal Imperium pelo apoio e divulgação prestado á nossa banda e a outras bandas nacionais. Continuem com o vosso trabalho de valor. Obrigado a todos os que aparecem nos concertos, que nos apoiam e incentivam para ir sempre mais além. O EP está na integra para escuta em www.myspace.com/adamantineheart e brevemente terão notícias sobre a pré-produção do album. Thrash and Devastate!!




Entrevista por Mário Rodrigues