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Entrevista aos Switchtense


Os Switchtense lançaram este ano o seu primeiro longa duração "Confrontation Of Souls", um grande trabalho que não passou ao lado da Metal Imperium, tendo inclusive sido o álbum do mês de Março da nossa Webzine. Por isso decidimos falar com o seu vocalista Hugo Andrade, que nos falou do presente da banda e da ambição do colectivo, entre outras questões.


M.I. - Agora que já passou um bom tempo desde o lançamento de "Confrontation Of Souls", como avalias a reacção do público e dos média ao mesmo?

Antes de começar a responder à vossa entrevista, quero agradecer a oportunidade que nos é dada para promovermos o nosso trabalho no Metal Imperium.
Em relação à pergunta, posso dizer que até ao momento estamos bastante satisfeitos com tudo o que tem acontecido à volta do álbum. As reacções têm sido fantásticas, e como tal sentimo-nos contentes e com mais força ainda para levar o nome dos SWITCHTENSE cada vez mais longe…Tivemos um grande numero de reviews que nos foram favoráveis.
As pessoas que já tiveram contacto com o disco têm na sua grande maioria ficado surpreendidas com o trabalho e isso é para nós muito importante. É normal recebermos mails, comentários no myspace e fóruns de pessoas que ouviram o álbum e que gostaram bastante… nada melhor que isso!


M.I. - O álbum também foi lançado na Alemanha e Holanda. Como tem sido a aceitação nesses países?

A nível de vendas tem resultado bem…a distribuidora Alemã tem vendido varias copias e isso ajuda como é óbvio a que mais pessoas tenham acesso ao álbum.
Também recebemos algumas reviews bem positivas, casos da HardRock Alemã por exemplo…Posso dizer que a esse nível as coisas tem sido muito boas para nós….


M.I. - Os Switchtense fizeram um álbum imparável, cheio de peso e agressividade. Foi um imperativo vosso desde o início que as músicas ficassem assim, ou tudo surgiu naturalmente?

Obrigado pela forma como descreveste o álbum!
Digo-te que foi uma mistura de ambas as situações. Este estilo de metal é sem duvida o que nos da mais gozo ouvir e tocar, e como tal, posso dizer-te que teríamos que soar exactamente assim.
Contudo, e como tudo isto foi feito com a maior espontaneidade possível, as musicas acabaram por surgir naturalmente…Há musicas no álbum que demoraram mais tempo a conceber, mas também há temas quem em 2 horas foram praticamente todos compostos…A sonoridade do álbum foi pensada de forma a recriar aquilo que queríamos para o som da banda: peso, agressividade, rapidez e Groove!


M.I. - Que mensagem pretendem transmitir com as letras de "Confrontation Of Souls"?

O álbum anda todo a volta do tema Confronto…há aqui confrontos de ideias, de personagens, de mentalidades, de situações, e tendo o conceito de confronto como pano de fundo, vamos dizendo que através deles podemos evoluir e melhorar as coisas para a humanidade.
Confronto é também uma palavra que descreve o som e os moshpits furiosos que vamos arrancando em vários sítios em que vamos passando [risos]


M.I. - Pensas que o facto de teres acumulado funções nos Pitch Black, contribuiu para evoluíres como vocalista, tanto em palco como em estúdio?

Sem duvida…foi uma fase bastante importante para mim enquanto musico e como pessoa também! Alem de ter feitos amigos durante o tempo que estive em Pitch Black, o que me permitiu alargar horizontes, evolui como vocalista em ambas as situações : estúdio e palco. Foram muitos concertos, muitas directas [risos], e muitos quilómetros de palco, que como se costuma dizer, é onde realmente se aprende muito…
Como os Pitch Black são uma banda já com alguns anos disto e com uma base de fans já considerável, foi um desafio bastante importante para mim…aprendi muitas coisas durante esses 2 anos que estive com eles.


M.I. - A meu ver os Switchtense são uma banda que mistura bem o Thrash Metal com Hardcore e ainda uma boa dose de groove. Como defines o vosso som?

Acho que na pergunta acabaste por dar a resposta [risos]! Esses elementos que referiste são as principais características do nosso som. Gostamos do andamento e dos riffs do thrash, gostamos da postura e da atitude do hardcore, e gostamos de pôr algum Groove nos temas pois assim mandamos as pessoas para casa com algumas dores de pescoço….dores essas que se estendem a nós nos dias seguintes aos concertos [risos]!!


M.I. - O que podemos esperar para um futuro álbum? Continuidade ou haverão mudanças a nível sonoro?

As coisas nunca se repetem…Mas também há coisas que nunca mudam! Vão haver mudanças e vão haver coisas que fazem parte da sonoridade que praticamos! Não queremos descolar daquilo que fazemos por gostamos da maneira como é feito, mas também não vamos ficar eternamente a fazer as mesmas coisas. Dentro do nosso som há muitas coisas para fazer…O melhor é aguardarem para depois ouvirem! Uma coisa é certa…não vão haver baladas ou momentos acústicos [risos]!! Carga máxima, e pé no acelerador…é assim que gostamos maioritariamente!


M.I. - Já têm um novo álbum dos planos, ou ainda é prematuro pensar nisso?

Temos um novo álbum nos planos desde o momento em que acabamos de gravar o primeiro…nunca nos passou pela cabeça só fazer um álbum, portanto, isso já é um plano antigo.
A seu tempo divulgaremos para quando um novo álbum! De certo que não será um futuro muito distante…é uma questão de ficarem atentos as novidades e de certo saberão [risos]


M.I. - Como foi participar num festival da dimensão do Ermal?

Foi bastante positivo…É um festival onde eu já estive a curtir em outras edições passadas, e a pensar que um dia gostaria de lá tocar. Como tal, foi altamente ter estado naquele palco e fazer parte do cartaz do festival no seu ano de regresso.
Penso que algumas coisas poderiam ter sido mais bem estruturadas para realmente o festival ter corrido melhor e ter tido uma dimensão mais apropriada aquilo que se espera de um “ERMAL”, mas espero que para 2010 possa haver novamente, com mais força ainda!! Espero também poder voltar a tocar lá no futuro…


M.I.  - Como correram os concertos que deram na Alemanha e na Holanda?

Foi simplesmente brutal…para nos foi uma oportunidade que tínhamos que agarrar, ainda para mais tocar ao lado dos Dew-Scented que são uma banda referência para nos…
A Alemanha é o centro da Europa e num instante estas em todo o lado e muito mais perto de tudo…nós estamos na periferia e parece que não, mas a distancia a que estamos das coisas ainda é grande! Cabe-nos a nos lutar para encurtar distancias, e é isso que estamos a querer fazer….esperamos voltar muitas mais vezes, e penso que não demorará muito para acontecer!


M.I. - Onde se sentem melhor? Em estúdio ou ao vivo?

Essa é uma pergunta que te respondo com alguma dificuldade, isto porque ambos os lados têm facetas que são muito interessantes!
Em estúdio é onde se criam as coisas, é como se fosse a casa de partida…passamos varias horas das nossas vidas em estúdio a compor, a gravar e regravar ideias e é sem duvida um processo muito estimulante, porque podemos tirar uns dos outros o máximo daquilo que podemos dar! É aqui que as coisas começam a tomar forma antes de irem para um palco.
Ao vivo tens o público, a comunhão e simbiose entre quem esta no concerto para abanar a cabeça, ouvir metal e malhar uns copos, e a banda que está ali para tocar e divertir-se!
É ao vivo que se transmite a verdadeira essência de uma banda, e como tal, é o local de eleição para uma banda como nós! Os nossos concertos são mais que concertos, são também uma festa porque estamos a fazer o que realmente mais gostamos…damos muito valor ao convívio e partilha de momentos com quem vai a um concerto nosso, compra um cd ou uma t-shirt, ou simplesmente se chega ao pé de nós para transmitir uma opinião ou dar uma palavra de incentivo e força!
Isso só se consegue ao vivo…portanto se tivesse mesmo que escolher um: AO VIVO!


M.I. - Os Switchtense ainda estão no primeiro álbum e têm uma carreira bastante promissora pela frente. Até onde vai a vossa ambição?

A nossa ambição é grande, muito grande mesmo…nem sei se caberia nesta folha [risos]
Queremos viver disto e continuar a viver para isto! É um cliché, bem sei, mas encaixa perfeitamente no nosso espírito! Vamos continuar a trabalhar para conseguir mais e melhor…se o fizermos bem como temos feito ate aqui, uma dia haveremos de colher os frutos! Humildade, trabalho e muito persistência são ingredientes fundamentais para isso! Estamos aqui com unhas e dentes…


M.I. - A meu ver vocês têm qualidade superior a muita coisa que vem de fora. No entanto uma grande parte dos apreciadores de metal em Portugal dão pouca ou nenhuma importância às bandas nacionais. Que mensagem darias a essas pessoas? O que achas que pode ser feito para essa situação mudar?

Esta é uma pergunta interessante e dava para 3 entrevistas.
Antes de mais, as pessoas responsáveis pelas principais ferramentas de divulgação de metal do nosso pais têm que começar a ser cada vez mais eficazes na promoção do metal nacional! Tem que haver mais tempo de antena para os projectos portugueses e tem que haver cada vez mais vontade de promover o que é nosso.
Depois, alguns promotores têm que começar a ser mais isentos na questão da escolha de bandas para alguns eventos: há que valorizar o que é nosso, e como tu dizes e muito bem, temos hoje em dia varias bandas em Portugal capazes de ombrear com aquilo que vem lá de fora.
Faltam-nos estruturas mais fortes para pudermos promover e divulgar os nomes das bandas com mais força. Dou-te o exemplo pratico do festival Alive 09: acho que no dia em que actuaram as bandas de metal, podia ter havido mais espaço para bandas nacionais actuarem naquele evento… No meu ponto de vista estes festivais que movem massas e milhões de euros têm uma importância vital na vida de uma banda do nosso patamar! São nestes eventos que estão as multidões, e é aqui se devem potencializar as nossas bandas, que eu aposto 80% das pessoas que la vão não conhecem…e não vão conhecer sempre que lhes for dado mais do mesmo!
Depois destas entidades fazerem melhor a divulgação do produto nacional, as pessoas vão começar a conhecer melhor as bandas portuguesas, vão acabar por comprar mais cds, por ir aos concertos, e tudo isto ira fortalecer a posição das bandas…isto não se faz em um ano ou dois…mas faz-se!!


M.I. - Visto que o ano já está quase a terminar, diz-nos quais são os vossos planos para 2010?

Para já vamos continuar com os concertos da CONFRONTOUR…já temos varias datas marcadas para 2010 e estão mais ainda por confirmar! Queremos continuar a tocar e a aproveitar este momento que tem sido muito positivo para nos.
Um abraço a todos!



Entrevista por Mário Rodrigues